sábado, 21 de janeiro de 2012

A Surpresa


Era a noite mais quente do ano. Na cama deitado, nu, ali estava eu morrendo de calor e de saudades daquela que me havia deixado e partira para Paris, a fim de aceitar uma irresistível proposta de trabalho. “‑ É apenas por seis meses”, dissera ela. Mas os seis meses haviam-se prolongado por um ano. Desde que eu voltei de Londres, em que fui a trabalho, que não tenho notícias dela. Durante uma semana inteira não parei de lhe telefonar e de lhe enviar mensagens para o telemóvel, mas como ela não me atendeu, não me devolveu as chamadas e nem respondeu às minhas mensagens, resolvi escrever-lhe um e-mail, e já lá vão três semanas sem qualquer resposta…

A certa altura tocaram à campainha. Levanto-me vestindo o roupão de seda azul-escuro, que ela me oferecera como presente no nosso primeiro fim-de-semana prolongado juntos e sem ninguém para atrapalhar. Tudo me lembrava de ti e tu, nem um sinal me dás… Dirigi-me à porta:

‑ Quem é? – Pergunto pelo intercomunicador. Ninguém respondeu. Rapidamente, espreito pelo olho de vidro e, para minha grande surpresa, vejo um enorme ramo de rosas vermelhas! – Deve ser engano! – Penso eu em voz alta abrindo a porta.

‑ Será que me perdoas? – Perguntou-me uma mulher irresistivelmente bela, que imediatamente me beijou com ardor, deixando-me sem palavras! Era ela, a mulher que eu tanto amava.

‑ Quando foi que voltaste? – Perguntei por entre os beijos.

‑ Hoje, desculpa não ter respondido aos telefonemas, nem ter atendido e de não ter respondido às tuas mensagens e ao teu e-mail, mas é que eu queria fazer-te uma surpresa e deixar-te louco de saudades. – Justificou-se, retomando a sessão de beijos cada vez mais intensos.

‑ E foi isso mesmo que conseguiste!

Mal entrámos no apartamento fechámos a porta e começámos a fazer amor desenfreadamente, ali mesmo, encostados à porta da rua. Foi ela que tomou a iniciativa abrindo-me o roupão e percorreu todo o meu corpo com beijos. A dada altura, deteve-se entre as minhas coxas e acariciou-me o pénis erecto com as mãos e depois chupou-o intensamente, proporcionando-me uma maravilhosa sensação de prazer, que me obrigou a fechar os olhos, temporariamente, para poder apreciar melhor o momento. Percebendo que eu estava prestes a atingir o clímax, depois de eu ter estremecido, ela parou erguendo-se de seguida e eu compreendi que era a minha vez de lhe retribuir todo o prazer que tinha recebido.

Despi-lhe a gabardina de cabedal negro e, fiquei bastante surpreendido ao deparar-me com o facto dela trazer vestido apenas uma lingerie com um cinto de ligas vermelho! De seguida, retirei o sutiã para lhe libertar os seios aprisionados e acariciei-os, beijando-a até os mamilos ficarem rosados e duros. Depois de lhe beijar a barriga, tirei-lhe as cuecas e prontamente, saboreei o seu clítoris e vagina ardentes, que ainda mal lhes tocara, já esta se tinha aberto para mim, tal como uma flor se abre ao ser tocada pelos primeiros raios de sol, ao mesmo tempo que, com uma mão, lhe acariciava as pernas levando-a ao rubro do prazer.

‑ Vem amor, já não aguento mais. Quero sentir-te dentro de mim… ‑ pediu ela, ofegante.

Obediente levantei-me e erguendo-lhe uma das pernas, penetrei-a com toda a minha virilidade. Os nossos corpos moviam-se com movimentos ascendentes e descendentes, freneticamente; até que por fim atingimos o orgasmo, sendo ela a primeira, mordendo-me o ombro e gritando de prazer. Instantes depois, foi a minha vez de alcançar o clímax, e soltando um profundo gemido de prazer, expeli o meu esperma quente dentro dela.

Deixámo-nos ficar quietos por alguns minutos, recuperando as forças e celebrámos o nosso amor com um beijo cheio de ternura. Onde minutos antes havia bebido dos seus seios, matando assim a minha sede, brotavam agora, pequenas gotas de suor.

‑ Quanto tempo ficas? – Perguntei depois de a ter deitado na cama, deitando-me ao seu lado.

‑ Que tal para sempre? – Perguntou-me ela, enquanto brincava com o pequeno tufo de pêlos do meu peito.

‑ Amo-te, querida – e ao dizer isto, ela beijou-me o peito e aninhando-se de encontro a mim, disse:

‑ Eu também, amor. Tive tantas saudades tuas.

‑ E eu tuas. – E beijamo-nos novamente.

Ainda voltámos a fazer amor naquela noite, mas já sem pressas, pois tínhamos todo o tempo do mundo. Quando o sol despontava no horizonte, atingimos o clímax total em perfeita sintonia. Foi um dos momentos mais lindos das nossas vidas. Instantes depois, já o dia tinha nascido. Adormecemos nos braços um do outro, exaustos daquela noite de amor.


Fim


Autora:
Cris Henriques


Nota: A fotografia destina-se a ilustrar o conto e como não pretendo violar direitos de autor, deixo aqui o link onde a encontrei: http://newserrado.com/wp-content/uploads/2011/10/Fazendo-amor.jpg. Obrigada.

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